Olá pessoas amadas
Jardim de Mãe
Bom... gostaria de compartilhar algo com vocês.... acabei de chegar do velório da mãe de um colega do serviço... Dona Maria com 95 anos nos deixou... vi, pessoalmente, como seu semblante estava sereno ... sua pele rosada e com leve sorriso dizendo a todos que ela cumpriu sua missão com graça e amor...
Enquanto isso... uma das netas foi correndo no Centro de São Paulo pegar seu vestido de noiva ... ela se casará no sábado... Meu Deus... que mistura de sentimentos e sensações... vida e morte andando sempre juntas.... a vida é engraçada... ou será sabia?
Bom... a flor de primavera florescendo é para nos lembrar que a vida continua com seus altos e baixos... que possamos colorir nossas vidas sempre... que nunca venhamos a perder o encantamento que temos por ela.... essa vida que Deus nos deu... e que um dia a devolveremos para Ele.
Há algum tempo... eu li um texto que me marcou muito.... tenho medo da morte... mas a partir desse texto consegui ...pelo mesmo por alguns minutos... vê-la menos dolorida.
O texto de Victor Hugo que foi extraído do livro "A Reencarnação através dos Séculos" é longo mais vale a pena ler.... diz:
"Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "ja se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua o mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próxima de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro".
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o vísivel do invisível dizemos: "já se foi".
(...)
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo.
Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afeto que nutria por nós.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi", no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós".
Com carinho
Atelier Siricutico